Desde agosto do ano passado, eu e o Schatz estávamos planejando a viagem de final de ano, como já está se tornando hábito nossas fugas da palhaçada. A princípio, queríamos ir para a Chapada Diamantina, mas não havia saída para a semana do Natal; a outra opção, Chapada dos Veadeiros, também não (vai entender); nos restava Buenos Aires - a qual recebe hordas de brasileiros nesse período, segundo nos disseram - ou Bonito - que havíamos pensado remotamente na possibilidade. Na comparação entre os dois destinos, o pacote para Bonito sairia relativamente mais em conta em relação a Buenos Aires, para ficarmos uma semana, ao invés de cinco dias na capital portenha.
O dia da viagem se aproximava e estávamos bastante ansiosos, mas sem muita noção do que nos esperava pelas terras sul-mato-grossenses. Dia de embarque, a primeira surpresa: a companhia aérea que nos levou direto para Bonito é de uma pontualidade, limpeza e bom atendimento, dignos de aproximação com as boas companhias mundiais (diga-se Lufthansa). Chegando ao aeroporto, inaugurado em 2010, o calor escaldante nos recepcionava. É impressionante o fato de não suportar o calor que faz aqui em SP, mas o calor de outros lugares é perfeitamente aceitável (e mais saudável, talvez). O pessoal do receptivo nos esperava e nos encaminhou ao hotel: simples, porém bem equipado, com ótimo atendimento, e com um café da manhã maravilhoso! Logo no primeiro dia (ou melhor, tarde) na cidade, fomos à Praia da Figueira - uma praia artificial formada pelo represamento das águas de uma antiga pedreira. O espaço aquático é pequeno, mas impressionantemente abarrotado de peixes (inseridos pelo homem) que ficam nadando ao nosso redor. Algo um tanto diferente para nós, que só vemos peixes na internet, em aquários e olhe lá.
No segundo dia pela manhã (BEM cedo, diga-se de passagem), seguimos em direção ao nosso primeiro passeio de verdade: a Gruta do Lago Azul. Que lugar magnífico! A famosa gruta possui aquelas formações geológicas esquisitíssimas e belas, como as estalactites; e o tal "lago azul" é uma ilusão de ótica, segundo o guia que nos acompanhou, de uma noção sobre o local absurda! Eu fiquei embasbacada - é muito mais do que se vê nas fotos de revistas e sites. Fiquei meio apreensiva no começo da caminhada, porque o lugar é bastante declinado (óbvio, é uma gruta!) e bem lodoso - o que muito favorecia uma derrapada daquelas. Mas, no final, deu tudo certo: saí ilesa do primeiro desafio.
No segundo dia pela manhã (BEM cedo, diga-se de passagem), seguimos em direção ao nosso primeiro passeio de verdade: a Gruta do Lago Azul. Que lugar magnífico! A famosa gruta possui aquelas formações geológicas esquisitíssimas e belas, como as estalactites; e o tal "lago azul" é uma ilusão de ótica, segundo o guia que nos acompanhou, de uma noção sobre o local absurda! Eu fiquei embasbacada - é muito mais do que se vê nas fotos de revistas e sites. Fiquei meio apreensiva no começo da caminhada, porque o lugar é bastante declinado (óbvio, é uma gruta!) e bem lodoso - o que muito favorecia uma derrapada daquelas. Mas, no final, deu tudo certo: saí ilesa do primeiro desafio.
O segundo desafio foi no mesmo dia, na parte da tarde: a flutuação no rio Sucuri. O nome já diz algo. Além do formato do rio possuir o do da temida, em certos momentos do ano ela pode dar o ar de sua graça. Sorte a nossa que fomos no verão, pois ela gosta de dar suas rastejadinhas no inverno. Fomos recepcionados com um farto e ótimo almoço (o que é de praxe em todas as fazendas nas quais são realizados esses passeios). [Antes que me esqueça: lá provei a tal "sopa paraguaia", que de sopa não tem nada! Na verdade é uma espécie de bolo de milho salgado, muito bom.] Em seguida, vestimos nossos apetrechos de mergulhadores e rumamos ao local da nossa preparação para o trajeto. Eu estava bastante empolgada em realizar a flutuação, porém me bateu um pânico quando coloquei a máscara e meu nariz foi tampado! Mesmo com o auxílio do guia, não conseguia fazer a respiração corretamente (Para quem não respira do jeito certo, isso foi uma constatação óbvia). Logo, ele não deixou eu nadar com os demais e fui no barquinho de apoio. Um tanto frustrante, mas contente em ver tanta beleza junta.
No terceiro dia, outro lugar que gostei bastante: as Grutas de São Miguel. Ao contrário da Gruta do Lago Azul, a de São Miguel é seca, com muito mais formações esquisitas e com muito mais fauna daquele habitat; inclusive vimos um pequenino morceguinho. Pena não termos visto a famosa coruja albina! Cada foto maluca que tiramos, devido àqueles paredões cheios de estalactites, estalagmites, espeleotemas e todos aqueles nomes estranhos. Depois de dois dias seguidos visitando grutas, cheguei à conclusão de que gosto desse tipo de aventura.
Naquele dia tivemos a tarde livre, logo, fomos ao centrinho de Bonito e fazer o turismo clássico (comer, caminhar, comprar, caminhar de novo...). Come-se bem e por preço justo - inédito para lugares que vivem do turismo aqui no Brasil. Uma das grandes descobertas gastronômicas dessa semana: JACARÉ! Sim, apesar de não ser do local (pertence à região do Pantanal), a carne de jacaré é muito apreciada e foi consagrada pelos turistas, inclusive eu. Para comprar, existem diversas lojinhas de artesanato local, com muito artigo indígena (verdadeiramente indígena, não aquelas coisas horrendas que vemos nas feirinhas daqui e com preços absurdos), a preços variados. Achamos uma graciosa loja com objetos benfeitos e de bom gosto a ótimos preços - voltamos umas três por lá. E o que falar da simpatia e da cordialidade dos moradores da cidade? Claro que todo morador de cidade turística tem a obrigação de tratar bem o visitante, mas lá percebi que o tratamento que eles dispensam ao turista é verdadeiro, sem frescuras e bajulações.
A cidade é tão pequena que dá para fazer as coisas a pé ou de bicicleta. A diária de uma é uma marmota de R$ 15,00 e bicicletas em bom estado de conservação são levadas e retiradas onde você está. Alugamos duas e demos nossas voltas pela cidade, onde pode-se deixar a magrela em qualquer lugar e, quando voltar, ela estará lá, intacta. É um lugar em que as portas não são trancadas e as chaves dos carros são deixadas nos contatos. Para quem vive na neurose de metrópole, é um choque e tanto. Outra coisa que funciona por lá é o respeito ao pedestre: é só pisar na faixa que o carro dá a passagem - algo inacreditável por aqui. O engraçado é que os turistas que andam de carro por lá e que não convivem com essa regra a respeitam tanto quanto os habitantes da cidade. Em frente ao hotel onde ficamos hospedados há uma pista de cooper e uma ciclovia, locais onde pode-se ver um lindo pôr do sol.
No outro dia, também muito cedo, fomos ao passeio de bote no rio Formoso, um dos rios que corta Bonito. Um grupo de umas 8 pessoas vai em um bote com remos, e o intuito é passar por pequenas quedas d'água e fazer "guerrinha" de jogar baldes de água nos outros grupos "rivais". É bem hilário e um baita exercício, já que remar é uma série de musculação daquelas! A paisagem por lá também é de tirar o fôlego.
Vale ressaltar que tais passeios não são lá coisa barata. Muitos deles são mais de R$ 100, com transporte, almoço e ingresso inclusos. Mas é tudo tão organizado, limpo, a atenção dos guias é muito boa, o respeito ao meio ambiente é tamanho que paga-se por tudo aquilo sem reclamar. Sério.
Ficamos dois dias folgados pela cidade, já que não podíamos pagar por todos os passeios oferecidos. Uma pena. Mas valeu por conhecermos melhor o local de bike, o que e onde comer, bater papo com moradores.
Nosso último e melhor de todos os passeios foi a flutuação pelo rio da Prata (que acredito que não seja o mesmo de Argentina e Uruguai). É a mesma coisa que no rio Sucuri, porém numa extensão maior e com uma variedade infinita de animais aquáticos, dando a impressão de que estamos nadando num imenso aquário. Dessa vez eu consegui flutuar com a ajuda de nosso superguia Jairo, que, com toda a paciência me conduziu pelo trajeto que fizemos. O que falar daquilo? Cardumes enormes de dourados, pacus, piraputangas, entre outros, circulavam ao nosso redor, bem pertinho de nossos corpos. A água cristalina e calma.... Até um jacaré vimos na beira do rio. Ainda bem que ele não resolveu flutuar conosco. Flutuar. É exatamente esta a sensação. A impressão que se tem é de que incursionamos num outro mundo (o que não deixa de ser). É aquele tipo de passeio que o Guia Quatro Rodas deu cinco estrelas, sabe? E com toda razão.
A conclusão é de que fechei o ano com chave de ouro e que essa viagem me deu fôlego para começar 2012 com frescor e vitalidade.
Na próxima postagem, colocarei algumas imagens para se ter uma ideia do que foi aquela experiência!
Na próxima postagem, colocarei algumas imagens para se ter uma ideia do que foi aquela experiência!
Curti,aliás,curti demais! Belíssimo lugar! É tudo verdade e assino embaixo.
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