segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Dezembro: o mês da palhaçada

Começou o "mês da palhaçada". Dezembro, fim de ano, 13º, chegada das férias escolares, amigo secreto, confraternizações, festa da "firma", Natal, Ano-Novo... Como essa coisa toda me cansa desde criança!
Eu nunca entendi o porquê do alvoroço todo nesta época de todos os anos. Uma euforia desmedida, um consumismo desenfreado, "alegria, alegria", falsidade generalizada...
OK, vivemos em sociedade. OK, às vezes precisamos engolir alguns sapos pelo bem da convivência (#not). OK, fazemos a roda girar, portanto, para que ela continue no movimento, temos de comprar, comemorar e nos alegrar (mentira!). Como pode isso tudo? Você passa o ano inteiro detestando aquele professor, aquele colega, aquele "superior" e, como num passe de mágica do mês dezembrino, todos se confraternizam em pura harmonia, trocam presentes de amigo secreto e enchem a cara para, em janeiro, serem motivo de assunto de todos ao redor por dias. Eu, hein!
Eu nunca entendi o porquê de as pessoas resolverem ser boazinhas no final do ano. Culpa? Dor na consciência? Influência da mídia? A empresa mandou? Quero ser legal? Ou tudo isso junto? Eu acho que é uma junção das três últimas perguntas. É uma época tão hipócrita que dá nojo.
Minha relação com Natal e Ano-Novo sempre foi muito estranha e deprimente. Primeiro porque minha criação nunca foi muito voltada a esse tipo de comemoração. Na minha infância, até meus oito ou nove anos, lembro-me de noites de Natal com minha família, mas nada muito animado. Meus pais e meus avós sempre reclamavam dos valores das coisas e da obrigação de fazer uma ceia decente. Depois da separação dos meus pais, um ano ficava com minha mãe, outro com meu pai, e era sempre a mesma chatice. Não me lembro bem em qual ano, mas meu avô resolveu desencanar de fazer qualquer tipo de comemoração natalina. Para ele, não fazia sentido gastar tanto para nada. Eu sempre achei genial essa decisão dele. A partir da adolescência, ia para casa de algum amigo ou viajava com alguns deles. E, desde então, faço questão de fugir do comum, do corriqueiro desta época do ano.
Mas o que é pior de tudo: festa da "fiRma". Gente, como isso é de uma imbecilidade! Pessoas que, ano após ano mal se olham, mal se cumprimentam, mal sabem da existência umas das outras, comem, bebem, dançam e se abraçam ao som de "Amigos para sempre" ou coisa do gênero. Amigo secreto até curto, mas com as pessoas certas, claro. No ano passado participei daqui de onde trabalho. Me arrependi, mas, pelo menos, ganhei o que pedi. Este ano resolvi participar de novo (ai, como sou otária), porém, por incrível que pareça, as pessoas daqui não estão animadas para tal. O que eu acho certo, pois elas mal se olham e se falam durante o ano todo, nada mais justo. Eu estou na dúvida se vou ou não na festa da fiRRRma de amanhã. Ai, sei lá, sei que falsidades são necessárias nessas horas, mas não consigo interpretar. Eu sou uma atriz muito péssima!
Até amanhã de manhã decido o que fazer. =P