sexta-feira, 11 de julho de 2014

Em dívidas com este Fustigo

Estava devendo várias fustigadas desde a última postagem, no final do ano passado. Na verdade, estava ME devendo escrever por aqui. Faltou tempo, faltou estímulo, faltou vontade; mas não faltou coisa para dizer por aqui. Nem sei por onde começar.

Da minha última postagem de verdade, há um ano, muita coisa aconteceu.

  • Me tornei "Mestre em Língua Alemã" em 1º de abril [parece mentira, mas é a pura verdade], depois de 3 anos de muita ralação, euforia, disforia (ah, a semiótica... mas não é minha especialidade, não!), procrastinação, perrengues, crises, encontros e desencontros acadêmicos etc. e tal. Parabéns para mim, mas minha vida não mudou em nada desde então. Muito pelo contrário [mas isso é assunto para uma próxima].
  • Voltei ao "mercado" após dois anos. Achei que isso não fosse acontecer, de verdade. Já estava pensando em virar babá ou coisa do gênero, porque a coisa não estava (está) fácil, não.
  • Descobri que tenho crises de labirintite decorrentes de estresse.
  • Fiz uma pequena cirurgia de pele para retirar uma espécie de pinta cujo nome me esqueci.
  • Enquanto eu atualizava minhas configurações do blog, percebi que, na lista de e-mails, constava o de uma grande amiga que perdi há quase um ano. Ela se foi tão de repente e tão discretamente [como sempre foi a vida toda] que às vezes me pego me lembrando de mandar uma mensagem bem fofoqueira ou um daqueles links com bobeiras no Facebook que costumávamos trocar. Mas a Denize não está mais aqui. E eu ainda não superei a sua partida. Não tive como não me recordar do nosso último encontro antes de sua viagem ao Peru e antes de sua partida definitiva. E também não tenho como não esquecer de sua imagem no nosso último jantar, em um restaurante japonês, feliz com a viagem que faria, com a pós, com o trabalho, com a imagem na UTI 3, 4 dias depois do retorno do Peru, com sua imagem no velório e com a imagem de sua mãe e seu irmão, devastados – imagens das quais nunca me esquecerei, muito provavelmente. Não, aquela não era minha amiga. Eu custava a acreditar. Fiquei em choque por mais de um mês e, ainda hoje, tais imagens vêm à minha mente de repente. Fiquei revoltada [por que justo ela?!], fiquei triste, fiquei mal. Eu que sempre achei tudo meio sem sentido, desde então acho que quase nada faz mais sentido.
  • Num desses encontros da vida, conheci uma pessoa que estava procurando alguém para ser sua "cobaia" em seus estudos de coaching, e eu fui a tal cobaia. Foi um processo meio estranho a princípio, mas, após o fim dele, percebo que foi válido em alguns aspectos, como, por exemplo, ter buscado ajuda terapêutica profissional. Comecei há um mês mais ou menos e isso renderá muita coisa por aqui.
Esse último marcador me fez lembrar de algo que estive pensando durante a semana:
Por que sentimos falta/saudade de algo que, outrora, era chato, insuportável? Por que o agora é pior do que o passado? O futuro pode ser pior que o presente? [Eu sempre acho que pode.] Dou alguns exemplos.

No ano passado, eu fui professora de alemão em uma escola. Não gostava de uma coisa de lá [que é comum em praticamente todas as escolas de idiomas], mas, exceto isso, eu sinto muita falta de lá: dos alunos, dos colegas, da estrutura, da proximidade com a minha casa. Na época eu nem ligava muito.
Outro exemplo: ultimamente sinto saudade até de um outro trabalho que tive [e que foi motivo de diversas postagens por aqui]: da cultura organizacional, da estrutura e dos amigos que fiz [exceto da demônia motivo de várias postagens também]; até do meu primeiro estágio estou sentindo saudade ultimamente – a impressão que tenho é de que eu era mais feliz naquela época em que ganhava uma merreca e conhecera muita gente ótima, incluindo meu marido e a Denize, que partiu.
Confesso que estou tentando extrair alguma coisa positiva do presente, mas tá difícil!!! Talvez, quando este presente virar passado, eu veja alguma coisa boa dele.

E finalmente voltei a fustigar.