quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Quando Nietzsche encontrou Mãe Dinah

Tomei emprestada para o título da postagem uma ótima frase que um amigo meu mencionou na última conversa que tivemos domingo passado. Toda vez que me lembro da conversa, lembro-me dessa frase e seguro as gargalhadas.
Por causa da correria, não tive de tempo de contar (para a coisa ser mais fresquinha) que, semana passada, fui a uma taróloga (ou cartomante, como preferir). Depois de anos de curiosidade, finalmente tomei coragem, e, claro, após uma indicação supersegura.
De tão cética que sou, fui com os dois pés atrás, pois, desde sempre, achei que existe muita picaretagem no meio. Cheguei ao local e, no começo, me senti um tanto estranha. Depois fui me soltando conforme a conversa foi rolando e fiz minha primeira pergunta. De cara, as cartas responderam essa pergunta e disseram o que eu queria ouvir (mas ao mesmo tempo não queria ouvir; estranho, porém, é meio que isso) e muito mais. Como o tarô é baseado em arquétipos e em suas representações, é algo que dei mais crédito. Fiz outras perguntas relacionadas a vários aspectos da minha vida e senti uma segurança por parte da taróloga e uma sensação de bem-estar conforme as respostas foram surgindo. Saí da consulta leve e com uma sensação de que minha vida é muito mais do que está acontecendo no momento e que nenhum esforço é em vão - tenho de acreditar nisso. E com a esperança de que a previsão dela de eu ir embora para um lugar frio se concretize!
Voltando à frase que mencionei anteriormente, acho que ela calha muito bem com esse contexto de visita à taróloga ou cartomante. Como esse meu amigo me conhece há anos, ele sabe que nunca fui dessas de procurar e nem acreditar em nada etéreo, adivinhador, transcendental ou algo parecido; além da história de falar e estudar alemão, ter morado na Alemanha, ter um jeitão bem teutônico de ser e ser meio "nietzscheana", por isso foi hilário ouvir a tal frase.
Não sei se é a ocasião ou a necessidade, mas o engraçado é que foi muito bom saber de algumas coisas, por outro lado, a minha ansiedade vai a milhão, querendo que aquilo que foi dito se realize em breve. Contudo, isso me dá esperanças de que ainda tenho chances de ser plenamente (ou quase) satisfeita comigo mesma. Assim espero.

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Em busca de ser leve

Semana passada comprei um livro o qual nunca achei que iria comprar. O título? A arte de ser leve, da jornalista Leila Ferreira. A princípio, achei que fosse um daqueles livros de autoajuda bem chinfrins. Comecei a folheá-lo por acaso num daqueles tempinhos que tiramos pós-almoço. Aleatoriamente, li alguns capítulos e confesso que fiquei curiosíssima em saber o que tinha no restante daquelas páginas. Diante da curiosidade, acabei comprando-o.



E qual foi minha surpresa ao ler aquele livro: com texto bem escrito e articulado, entrevistados de diversos lugares, diversas classes sociais, credos e profissões, e com depoimentos da própria autora, o livro passa longe daqueles conhecidos como autoajuda. E posso dizer que ele me pegou. Em um dos meus pontos fracos, inclusive: o de levar a vida de uma forma não tão leve assim.
Os depoimentos daquelas pessoas me fez pensar o quanto levo a vida muito a sério, e o pior: me levar muito a sério. Já tinha consciência disso, mas a obra me fez refletir ainda mais sobre esse defeito que tenho. O problema de se levar muito a sério é que só você se leva a sério, e mais ninguém. Ver a vida por um ângulo muito sério traz angústia e sensação de peso – e isso não é legal, pois também afeta a saúde física e mental. Com o livro, aprendi que ser leve é condição primária para ter momentos de felicidade. Porque ninguém é plenamente feliz, mas sim possui momentos felizes. Portanto, antes de ser feliz, busco a leveza, pois sei que ela trará os benefícios (inclusive para minha saúde) dos quais preciso. E sei que é um aprendizado difícil, já que a vida toda sempre fui muito séria e levava tudo a ferro e fogo. Contudo, ser leve não quer dizer ser bobalhão; ter momentos de felicidade sem ser crítico, não mesmo. 
Por meio dessa leitura, terei um árduo exercício de levar (e ver) a vida de uma outra forma. Não será fácil, mas sei que colherei bons frutos dessa empreitada.


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Que coisa absurda!

Estou cansada desse imbróglio na USP. Apesar de ser aluna de lá, não apoio essa turma dos encapuzados. Acho que é muita mídia para pouca coisa. Tem tanta coisa que essa cambada deveria se preocupar: a segurança, sim, do campus (com melhor iluminação, mais pontos de ônibus e estes passando com maior frequência),  reformas e ampliação de diversas unidades, contratação de professores, melhorias no currículo das faculdades, enfim, tanta coisa... mas não. Estão mais preocupados com a presença da Polícia Militar no campus do Butantã, como se fosse a coisa mais absurda do mundo.
Coisa mais absurda do mundo é ser morto dentro de sua própria universidade, insegura, escura e impotente diante de tanta violência. Coisa mais absurda do mundo é levar um tiro na cabeça na saída da aula noturna. Coisa mais absurda do mundo é ouvir, por anos a fio, o relato de meninas que foram violentadas. E coisa mais absurda do mundo é não ter o direito de assistir aula, porque uma meia dúzia de "revolucionários e revoltados" não quer que você assista à aula pois você é, segundo eles, um alienado e "reaça". Ou seja, prega-se tanto a liberdade, mas, ao mesmo tempo, a liberdade é cerceada por aqueles de opinião diferente da sua. Enfim, tô cansada.

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Palavras alentadoras

Depois de uma semana muito complicada, meu último final de semana foi um tanto alentador. No sábado à noite, assisti ao filme "O Palhaço", que é gracioso. Fez me lembrar dos tempos em que grandes circos vinham à cidade e era um grande acontecimento. Fui diversas vezes, e adorava! Já vi inclusive a Vovó Mafalda num desses circos. Mas não foi isso o que mais me alentou.
Ao falar com minha mãe pelo telefone no domingo, ouvi algo dela que é sempre ouvir de alguém, ainda mais vindo de quem se espera ouvir mesmo tal tipo de coisa. Estava lhe contando como foi minha péssima semana, do que havia acontecido comigo, desabafando, e ela só me disse: "Filha, eu sei que você não acredita nisso, mas a mãe vai te falar: Saiba que a mãe torce muito por você e ora muito por você, pois é muito esforçada e merece o melhor. E não se preocupe, porque o melhor sempre vem do esforço da gente." Emudeci e segurei o choro do outro lado da linha, e disse: "Eu sei que você torce por mim e sempre aceitei as tuas orações". Apesar de ela saber das minhas convicções, a sua sinceridade e simplicidade foram desconcertantes, no bom sentido. Só de ouvir isso, meu dia ficou muito melhor.


Amanhã é o dia de relembrar dos entes queridos que se foram. E esta semana completam-se dois anos da partida do meu querido avô e na qual estava muito longe daqui naquele momento, infelizmente. Dois anos que se passaram  muito rápido e nos quais aconteceram muita coisa, dentre elas, o meu "casamento", meu ingresso no mestrado e o nascimento do meu sobrinho. Se ele estivesse por aqui, ficaria radiante com cada acontecimento desses, pois sempre foi quem apoiou e fez de tudo por mim e pelos meus irmãos. A ele, minha eterna gratidão.