quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Por falar em shows...

Hoje estou musical. Talvez por causa da autobiografia do Lobão (hilária e que está me acompanhando nas minhas longas idas e vindas de casa para o trabalho e vice-versa), cheia de referências, eu esteja refletindo sobre as minhas referências musicais – muito parecidas com as dele, diga-se de passagem.
Todo mundo se lembra do primeiro show. Se não me engano, no livro, o primeiro show que ele assistiu foi o do Mutantes. O meu, logo de cara, foi do Yes. Tinha 15 anos e sedenta em descobrir o rock'n'roll que havia chegado em minha vida mais ou menos no ano anterior. Não fazia muita ideia do que vinha a ser a banda, exceto por "Owner of a lonely heart", que só fui reconhecer no dia da apresentação. O local era o não-existe-mais Olympia. Era só pegar um ônibus, e pronto! Estava em frente ao local onde passava todos os dias no caminho para o colégio. Não me lembro exatamente como descolei a grana para ir ao show, pois só tinha 15 anos e mal aprendido a arte de sair de casa para me divertir.
Enfim, o show. A plateia era composta por "tiozinhos" sozinhos ou com seus filhos adolescentes. Eu era uma das poucas meninas - e sozinhas. Começou. O que que era aquele baixinho vestido com bata amarela e branca cantando com uma harpinha à mão? E aquele velhinho tocando banjo divinamente? E aquele mundo de teclados? Eram, respectivamente, o Jon Anderson, o Steve Howe e um dos vários tecladistas que passaram pela banda após o semideus Rick Wakeman. Não conhecia nenhuma das músicas, mas prestava atenção em cada detalhe e, ao final, eles tocaram a música que eu conhecia: "Owner of a lonely heart". Saí do Olympia feliz e embasbacada, apesar de não ter conhecido a banda nos tempos áureos (por motivos óbvios).
A partir daí, cada grana que eu arranjava, ia em algum show. Outro que não me esqueço, por incrível que pareça, foi um do Capital Inicial e Ira! juntos no ginásio do Ibirapuera. Ambos estavam no auge e o ginásio, abarrotado. Acho que foi o segundo show que mais suei até hoje depois do Rammstein.
Fazendo as contas, perdi quantas vezes vi shows bacanas. Destacando os estrangeiros, vi Deep Purple, The Hellacopters (será que ainda existe? Era bem bacana), Pearl Jam, Iron Maiden, Motörhead, R.E.M., Bon Jovi, Rush (fui nas duas vezes aqui em SP), Kraftwerk (um dos favoritos), Iggy Pop e os Stooges, Sonic Youth, Flaming Lips, Placebo, Ozzy Osbourne (aqui e na Alemanha), Rammstein, além, claro, dos que vi lá em Munique: Depeche Mode, Neil Young e Bruce Springsteen (esses não vêm pra cá mesmo, que coisa!). Falando em Bruce Springsteen, assisti seu "concerto" num estádio olímpico lotado e com os alemães cantando a plenos pulmões. O cara tocou por 3 horas seguidas e fez jus à fama com sua excelente Street Band. Minha fala era, do começo ao fim, "puta que pariu". Já o Neil Young, um tiozão grandalhão desengonçado com seu jeitão antissocial e, ao mesmo tempo, fofo, com suas belas canções meio folk, meio rock. Ah, destaco que fui na maioria dessas apresentações sozinhas (para uma mulher, nesta cidade, é um tanto perigoso) e não tenho problema nenhum. Nos dois que irei, provavelmente eu vá só: System of a Down e Eric Clapton. Como é difícil encontrar algum companheiro shows de rock/metal/sei lá, ainda mais agora, em que os preços vão à estratosfera!
Para o System of a Down estou naquela expectativa. Tomara que seja um daqueles shows de levantar poeira (já que vai ser na tal da Chácara do Jockey)!
Hoje, pela primeira vez (e com muita vergonha digo isto), ouvi o Roots, do Sepultura, integralmente. É bem aquilo que eu sempre ouvi e li - é excelente! Eu já vi o Sepultura, só que com o Derrick. Na segunda-feira ouvi uma coletânea do Violeta de Outono e gostei bastante. Confesso que estava com os dois pés atrás, sei lá, "rock progressivo, em português, hum, sei não"... Ainda bem que nos enganamos certas vezes!
Em 2001, vacilei em deixar de ir ao Rock in Rio para ver o Neil Young, o R.E.M., o Iron Maiden (que acabei assistindo depois) e o Silverchair (eu adorava), achando que estava muito "pop" (por causa de umas misturas que fizeram, Carlinhos Brown no dia do Guns'n'Roses, entre outras). Se aquilo era pop, o que vai rolar no final deste mês é o quê? Melhor nem dizer...

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