sexta-feira, 22 de junho de 2012

Quando Nietzsche encontrou Mãe Dinah - parte 2

Devo dizer que ando bastante maleável. Até demais, creio eu.
Quem diria, eu, uma espécie de Nietzsche versão feminina e mais light, ter passado por uma experiência, por assim dizer, xamânica?! Pois é. Digo "por assim dizer" porque xamanismo "true" acontece no meio do mato. Eu não fui para o meio do mato, mas aqui mesmo, em São Paulo.
Fui vencida pelo cansaço  da insistência e pela sensação de desorientação. Quem me conhece sabe que não sou lá adepta a qualquer coisa muito abstrata, que dirá de coisas a serem ingeridas. Porém, ultimamente, talvez devido ao momento, tenho me surpreendido bastante. Eu tomei algo que é chamado de "vegetal", "daime", "ayahuasca". O que posso dizer é: se é um negócio que traz paz e reflexão, que não te prejudica fisicamente, por que não? Se não afeta negativamente ninguém, não vejo mal algum; a não ser quando isso (ou a sensação que qualquer rito traz) faz o sujeito de escravo.
Se isso realmente funcionou ou funciona, eu não tenho a menor ideia. Só posso dizer que não tive aquela sensação de paz, tranquilidade e reflexão tão propagada por quem faz uso dessa bebida. Pelo contrário. Se aquilo fez efeito no meu organismo, trouxe um turbilhão de pensamentos que me assolam neste momento, o que me deixou muito perturbada. Não se vê nada, mas é como se fosse um sonho: você tem a sensação de estar participando de alguma coisa. No meu caso, fiquei muito revoltada e angustiada em "ver" diversos rostos de pessoas com as quais eu trabalhei no último lugar, tanto de quem eu gostava como de quem eu não gostava. Por quê? Mas por que justamente essas pessoas? Fiquei me questionando se isso ainda me afeta. Provavelmente, sim. Em seguida, fui tomada por um turbilhão de pensamentos em relação à tomada de decisões acerca de trabalho e estudo. Parecia uma coisa martelando na minha cabeça: "decisão", "decisão", "decisão". Confesso que fiquei meio desapontada, pois tudo o que eu menos queria pensar naquele momento era em coisas incômodas. Além disso, no dia seguinte, fiquei com uma sensação física péssima, a ponto de não conseguir ver a luz do dia, de tanta dor de cabeça e mal-estar.
Se isso me auxiliar (pelo menos um pouco) mais para a frente nessas questões que me atormentam, ótimo. Se não, foi bom conhecê-lo, mas, parei por aqui. Não gosto de me sentir dependente de nada para buscar minha plenitude.


Outro exemplo de maleabilidade foi eu ter ido a alguém que lê a mão. Sei que o lance se chama quiromancia, mas, e a pessoa que lê a mão é o quê? Maga (o) patalógica (o)? Vou pesquisar.
Eu sempre tive muita curiosidade, apesar de não acreditar. Mas o engraçado é que eu achei interessante essa experiência! Claro que não especifico aqui o que foi dito, mas digo que não foi clichê, não. Aquela coisa de discurso vazio que os trambiqueiros adoram usar, sabe?

Idas a taróloga, pessoa que lê mão, a ritual xamânico... e o que mais?

Sei lá, se coisas desse naipe trazem bem-estar e felicidade momentânea verdadeiros às pessoas, não há mal algum. O lance é procurar ver as coisas de uma forma menos estereotipada.

Nossa, agora me surpreendi com esse último parágrafo. Sério.

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