Não vou ficar deliberando sobre o grave problema que é a educação no nosso país, nem quero dar soluções mirabolantes porque não sou pedagoga, há muito tempo não entro numa sala de aula para lecionar e tampouco estou frequentando as aulas de licenciatura da Faculdade de Educação. Todos sabem que o problema vem da educação básica e vem se arrastando até o ensino superior, inclusive a pós-graduação.
É digno de nota o aumento de alunos no ensino superior, bem como o de instituições, tanto do setor público quanto do privado. Contudo, devido a esse aumento, houve uma proliferação de instituições que não são reconhecidas pelo MEC e que formam profissionais de capacidade praticamente nula. Pessoas que acreditaram piamente nessas "faculdades" e, agora, amarguram no desemprego ou no subemprego. A formação superior na maioria das faculdades brasileiras é deficiente e mercenária. Aqui funciona o esquema do "pagou, passou". Paga-se para entrar na faculdade, paga-se a mensalidade, paga-se a rematrícula, a prova de recuperação, a prova substitutiva...
O mais grave é que as instituições privadas - que deveriam dar melhores condições de infraestrutura, de corpo docente e de ensino - são as que menos contribuem para a formação dos alunos. Logo elas, que se direcionam estritamente para o mercado (business, business, business) em detrimento da pesquisa e do pensamento humanista. Já que "focam" tanto o mercado, deveriam dar todo o suporte aos alunos, que buscam uma luz ao sol do mundo do trabalho. A graduação anda tão mal das pernas que, em qualquer área, vejo pessoas se matriculando em cursos de pós-graduação. O problema é que essas "faculdades" (e os alunos também) estão fazendo da pós um mero curso de extensão, e não é. Teoricamente, deve-se ter um projeto de pesquisa, um aprofundamento teórico da área com um professor orientador (mesmo em cursos lato sensu) - coisa que não existe na maioria desses cursos. Não existe a liberdade de se escolher, dentro desses cursos, as matérias que são feitas, os professores e a linha de pesquisa do famigerado TCC. E as pessoas, ingênuas, se orgulham disso: "Ah, eu faço pós". Tá, em quê? Qual o objetivo? "É que a empresa está me pedindo", "Ah, meu chefe mandou". Elas são iludidas desde o início da graduação, achando que terão aquele emprego com aquele salário.
Faço parte da turma que está fazendo a tão falada "pós". Claro que meu objetivo e meu interesse são outros; não sigo muito a linha mercadológica, no entanto, não sou estritamente acadêmica. E me entristece o rumo que o ensino de pós-graduação está tomando: falta pesquisa, falta pensamento, falta indagação, falta discussão. Tudo é mercado, mercado, mercado. Muitos nem sabem resumir um texto, quiçá redigir um bom trabalho de TCC com viés crítico. Além do rumo torto, me entristece também a ilusão de quem acredita que a pós (em instituições ruins, claro) salvará seu emprego ou dará "o" emprego. Pena.
O mais grave é que as instituições privadas - que deveriam dar melhores condições de infraestrutura, de corpo docente e de ensino - são as que menos contribuem para a formação dos alunos. Logo elas, que se direcionam estritamente para o mercado (business, business, business) em detrimento da pesquisa e do pensamento humanista. Já que "focam" tanto o mercado, deveriam dar todo o suporte aos alunos, que buscam uma luz ao sol do mundo do trabalho. A graduação anda tão mal das pernas que, em qualquer área, vejo pessoas se matriculando em cursos de pós-graduação. O problema é que essas "faculdades" (e os alunos também) estão fazendo da pós um mero curso de extensão, e não é. Teoricamente, deve-se ter um projeto de pesquisa, um aprofundamento teórico da área com um professor orientador (mesmo em cursos lato sensu) - coisa que não existe na maioria desses cursos. Não existe a liberdade de se escolher, dentro desses cursos, as matérias que são feitas, os professores e a linha de pesquisa do famigerado TCC. E as pessoas, ingênuas, se orgulham disso: "Ah, eu faço pós". Tá, em quê? Qual o objetivo? "É que a empresa está me pedindo", "Ah, meu chefe mandou". Elas são iludidas desde o início da graduação, achando que terão aquele emprego com aquele salário.
Faço parte da turma que está fazendo a tão falada "pós". Claro que meu objetivo e meu interesse são outros; não sigo muito a linha mercadológica, no entanto, não sou estritamente acadêmica. E me entristece o rumo que o ensino de pós-graduação está tomando: falta pesquisa, falta pensamento, falta indagação, falta discussão. Tudo é mercado, mercado, mercado. Muitos nem sabem resumir um texto, quiçá redigir um bom trabalho de TCC com viés crítico. Além do rumo torto, me entristece também a ilusão de quem acredita que a pós (em instituições ruins, claro) salvará seu emprego ou dará "o" emprego. Pena.
Certas coisas que acontecem no Brasil seriam cômicas se não fossem trágicas. No extremo sul da Bahia um professor procura outro querendo que este o ensine a resolver uns problemas de geometria do tipo daqueles que antigamente se ensinava no curso ginasial. Coisas envolvendo Teorema de Pitágoras e Teorema Angular de Tales, que o professor consultante ignorava. O professor consultado perguntou porque o outro quer saber aquelas coisas, se ia fazer algum concurso, etc. O professor consultante então esclarece que os problemas lhe foram passados como exercício num curso de PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA que ele estava fazendo.
ResponderExcluirTrata-se, com efeito, de uma coisa insólita. Um analfabeto em matemática fazendo curso de PÓS-GRADUAÇÃO EM MATEMÁTICA. Além de não saber geometria o professor analfabeto em matemática erra na solução de equação do primeiro grau e ignora o que seja "cardinalidade de um conjunto".
Na década de 60 do século passado o presidente francês Charles de Gaulle disse que o "Brasil não é um país sério". Desde então mais de meio século se passou mas o Brasil insiste em continuar lhe dando razão. Porque, de fato, o que acontece com certos cursos de pós-graduação no Brasil É UMA PIADA. Mais do que isso, RIDÍCULOS. E o MEC não exerce nenhum controle ou fiscalização sobre essas quitandas de ensino.
Alfredo Pereira dos Santos
Olá, Alfredo, primeiro, obrigada pelo contato; é a primeira pessoa que não conheço pessoalmente a comentar por aqui. E realmente, certas coisas que acontecem por aqui são tragicômicas, eu diria. É para rir e chorar ao mesmo tempo, como no caso que você mencionou. Nossa, até eu aprendi o Teorema de Pitágoras! (e olha que sou uma analfabeta funcional em Exatas) O que nos resta é seguir adiante nas nossas formações (que são boas) e nos indagar sobre o motivo de tanto descaso. É, De Gaulle teve razão em dizer a frase... Um abraço!
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